Mestre Pablo
Sob a luz cinza das quartas-feiras após o samba desfilar,
O corpo de jurados, insensível, com nota a destilar.
Ano a ano, equívocos lamentáveis, um fado a encarar,
A Porto da Pedra, vítima, sem milionários a amparar.
Nas ondas da Cidade do Samba, a apuração se desvenda,
Nomes desconhecidos, notas desconexas, a injustiça se expanda.
Imagens que pairam, vergonhosas afrontas,
Trabalhadores habilidosos, desfilando primor, mas notas em desconta.
Entre alas e fantasias, o destaque se perde,
A Unidos do Porto da Pedra, guerreira, na nota fenece.
Misteriosamente, a comissão de frente não brilha,
Notas 10 merecidas, mas o júri desvia.
Mestre Pablo, batuqueiro consagrado, Estandarte de Ouro em mãos,
Tristemente achincalhado, notas ridículas, desilusão.
Quem são esses juízes, onde está o saber técnico?
No absurdo descabido, o carnaval tece seu enigma poético.