Mestre Pablo

Sob a luz cinza das quartas-feiras após o samba desfilar,

O corpo de jurados, insensível, com nota a destilar.

Ano a ano, equívocos lamentáveis, um fado a encarar,

A Porto da Pedra, vítima, sem milionários a amparar.

Nas ondas da Cidade do Samba, a apuração se desvenda,

Nomes desconhecidos, notas desconexas, a injustiça se expanda.

Imagens que pairam, vergonhosas afrontas,

Trabalhadores habilidosos, desfilando primor, mas notas em desconta.

Entre alas e fantasias, o destaque se perde,

A Unidos do Porto da Pedra, guerreira, na nota fenece.

Misteriosamente, a comissão de frente não brilha,

Notas 10 merecidas, mas o júri desvia.

Mestre Pablo, batuqueiro consagrado, Estandarte de Ouro em mãos,

Tristemente achincalhado, notas ridículas, desilusão.

Quem são esses juízes, onde está o saber técnico?

No absurdo descabido, o carnaval tece seu enigma poético.

Antonio Souto
Enviado por Antonio Souto em 14/02/2024
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