DESAJEITADO

 

 

Queria dizer-te as palavras que faltam se a noite me libertasse, me invadisse, extenuante na prosa enriquecida, de um caderno antigo. Queria também provocar-te um doce murmúrio, um carinho inusual e que a voz caprichosa me devolvesse os sons entre este dizer-te hoje e esse sempre calar-me. Não deixes amontoar as palavras: deita-as para fora, escreve-as, solta-as; deixa que se espalhem pelos campos, que as vozes as entoem, que os sentidos as saboreiem. Não percas as suas palavras. Escreve-as: deixa-as partir. Porque eu mesmo desajeitado às lerei sempre...

 

 

 

*Inspirado na Poesia da Poetisa AdriSill

Desajeito