Olhos de chuva
A Lua parou a noite abrandou
O mar acalmou na areia quente
O poeta a correr olhou e estacou
A água o beijou casualmente…
Sentou-se o poeta no brilho da Lua
E esta sorrindo seus olhos tocou
Dormiu ao relento no meio da rua
Ao colo do sonho que a noite velou.
E nesse sonhar andou e passou
À porta da vida no tempo esquecida
Passou parou mas não a encontrou
Perdeu –se no passo da noite traída.
Por isso o poeta anda sem destino
Em largos passos saltos miudinhos
Coração solto feito bailarino
Olhos de chuva aos bocadinhos.
E se um momento ausente se sente
Às águas se entrega urgentemente…