A dor se esconde dentro de mim

Será

Alvorecer tardio

Delicado sofrer,

Um bem me quer

Da dor,

A fronte que se esconde

Num anoitecer.

Cantarão

O último pássaro

Solitário,

A severa maré

Em ressaca

Em louvor aos deuses

Invisíveis da melancolia.

Eu me escondo dentro da dor

A dor se esconde

Dentro de mim

Criam-se exímios clássicos prelúdios

Não há outra opção, a não ser

À ela entregar-me.

Atiro-me nas falésias -

Corpo meu, alma conjunta

Andando em profundas

Sendas de abismos desconhecidos.

Vai-se indo sem revolta -

Antes satisfeita,

Primeiramente adormecida.

Contarão

Histórias de profunda desilusão

Os eus meus em canto

Altivo, belo, uníssono

Como um harmônico

Desintegrar de estrelas

Que renascerão de meus olhos.

Lacrimejam

Estes olhos

Em emoção e dor.

Santíssimo entardecer

Que reina, pois,

Nas líricas nuances

De minha vida

Ao perecer.

Ligeia Amanna
Enviado por Ligeia Amanna em 11/02/2024
Código do texto: T7996828
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