A dor se esconde dentro de mim
Será
Alvorecer tardio
Delicado sofrer,
Um bem me quer
Da dor,
A fronte que se esconde
Num anoitecer.
Cantarão
O último pássaro
Solitário,
A severa maré
Em ressaca
Em louvor aos deuses
Invisíveis da melancolia.
Eu me escondo dentro da dor
A dor se esconde
Dentro de mim
Criam-se exímios clássicos prelúdios
Não há outra opção, a não ser
À ela entregar-me.
Atiro-me nas falésias -
Corpo meu, alma conjunta
Andando em profundas
Sendas de abismos desconhecidos.
Vai-se indo sem revolta -
Antes satisfeita,
Primeiramente adormecida.
Contarão
Histórias de profunda desilusão
Os eus meus em canto
Altivo, belo, uníssono
Como um harmônico
Desintegrar de estrelas
Que renascerão de meus olhos.
Lacrimejam
Estes olhos
Em emoção e dor.
Santíssimo entardecer
Que reina, pois,
Nas líricas nuances
De minha vida
Ao perecer.