As imposições do tempo
Não adianta fugir!
Os movimentos dos astros
Te arrastam ao porvir
Os dias se passam
Sol e lua que não se abraçam
Vão torturando seu existir
O agora e o depois
O que eras, o que sois
Moldam essa deformidade
De um ser perdido no espaço
Em descompasso com sua idade
Querendo voltar ao tempos bons
Que nunca foram quando eram presente
Essa dimensão do tempo
Nos dias de sol de um domingo cinzento
Onde a fuga é uma cama desarrumada
Onde lá fora há uma turma animada
Afinal, é tempo de amor carnal
De poder e querer, de romance, de beber
E o tempo silencioso
Vai corroendo esse jovem idoso
Que não enxerga mais a si
E sempre, ao tentar fugir
É agarrado pelas horas
Nesse tortuoso delírio do agora
Maledicente império que demora
Passar sobre essa alma tão inglória
Determinada a não existir