DO SILÊNCIO DA NOITE

DO SILÊNCIO DA NOITE

A noite, enfim, falou nessa noite!

e contou-me que já está passando...

que a sua mão de dor, no açoite,

deixa de ser sempre para ser quando.

A noite, com o seu ar de severa,

sem um sorriso de contradição,

disse, também, que só foi o que era

pra outras dores que hoje não são.

A noite, que sempre me falou pouco,

contou que eu nunca fui esse louco

que o sofrimento quiz fazer crer...

e que ela, agora, é falante

pra me falar que chegou o instante

de silenciar a voz do sofrer.

Torre Três (R P)

10_02_24

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 10/02/2024
Reeditado em 10/02/2024
Código do texto: T7996265
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