À DERIVA
À DERIVA
Meu barco vai à deriva...
E enfrenta o bravio mar
Do iceberg não se esquiva
Se o tiver que atravessar...
Escorre pelo horizonte...
Sem se dobrar ou ceder
É meu dom de versejante
No meu verso nada temer...
Um grito salta-me do peito...
Para a humanidade acordar
De qualquer preconceito
A qualquer pessoa atentar...
Multidão de gente maldita...
Vale menos que um tostão
E coisa que muito me aflita
É roubarem de mim, a razão...
Sou o barco neste caminho...
De águas cruéis, tortuosas
Sou pranto e choro baixinho
Abrindo minhas comportas...
Serão outros dias, diferentes?
Dos que eu passei e penei?
A ver pares mais contentes
Quando o amor for livre lei...
(À DERIVA - Edilon Moreira, Novembro/2019)