Estradas Sozinhas

E seguem as estradas sozinhas.

Estendem seus mantos pelas esquinas

como se o horizonte estivesse logo ali,

depois da curva do caminho.

 

Minha alma se descobre

um pequenino e insignificante ponto

engenhando sonhos

inatingíveis, inalcançáveis.

 

É que sou esse ponto

- fora da curva -

agarrada às folhas secas

e escondida embaixo

das pétalas macias

que dormem auroras

em meus passos

cadenciados de solidão.

 

Engulo os silêncios

e suas farpas arranham

e machucam a garganta

que sonhava mastigar

Horizontes de Sol.

 

Poema e Foto: