Caminho pelas sombras para me esconder.
Não quero que me vejam
em meus passos cadenciados de solidão.
Sigo os silêncios, contando as folhas secas
que caíram ao chão, como fossem estrelas
num céu de cimento.
Talvez seja mesmo meu outono - perpétuo -
e só eu não tinha percebido
ou ainda não sabia...
Perco folhas - cotidianamente -
enquanto bordo mais um dia
nas espirais da minha vida.
Subo escadas como quem sonha
e vou beirando as margens
com olhos de flor sedenta de asas.
Oculta - invisível - desenho a minha poesia
que nem o Sol - aquele encastelado - lê...
Poema e foto: