Eu, indígena !
Um indígena Biritinga
A beira do abismo da Etnia esquecida, dizimada, às margens das solidões fabricadas
Um indígena
Filho da filha da filha que os cachorros pegaram com seus dentes amolados
Último sangue do estupro da Mata de Cana Branca
Eco do último grito bastardo
Um indígena à beira do abismo noturno oriundo das madrugadas frias
Um indígena indignado com seu próprio umbigo entregue às raízes do descaso
Eco último dos confins moribundos soturnos noturnos
Enfim...cana branca
Raimundo Carvalho - BIRITINGA