Corpo de água e de pedra

As palavras são diurnas.

Ritmos de tempo

oculto em si dentro

como palavras abertas, por cima.

Rios virgens e rápidos

onde se amam as marés e tudo o que sei.

Eis as raizes desse instante sopro

que espreita necessário: Flores pensamos.

Talvez o espírito paire por onde: os campos.

Digo os campos, a dor virgem e húmida

na alegria de si, vagaroso grito.

E por baixo, nos campos,

um sangue mais antigo,

seiva de luar e lama,

mãos, as forças finais

e nem sequer tanto,

as vinhas, a lenha e os gritos,

um estilo de ser terra,

um gesto de ser dia

e far-se-á imagem de si,

pão violento.

Venoi
Enviado por Venoi em 02/12/2005
Código do texto: T79942