CONTEMPLAÇÃO
contemplo o traço
olho no íntimo
e busco atento
alguma imperfeição
na ânsia de esmorecer
d'ali perceber
um pico de desilusão
curva por curva
aresta por aresta
não vejo mácula
sequer defeito
ponto por ponto
o olhar pronto
já divaga no peito
e da silhueta
imagem furtiva
recolho os pedaços
preencho os espaços
em delírio
volto à gaveta
qual alma inquieta
e aplico o colírio
volto ao mesmo
ao fundo de mim
olhando-te fixo
nada mudou
que o tempo parou
e tu és o prefixo
2024, fev, 6