FRAGMENTOS.
Esquivar da dor de um sentimento
é como retirar espinhos invisíveis na carne,
a agulha perfura e sangra, e atinge o coração cadáver.
Na alma a dor pulsa e rasga
Vai desconstruindo as ilusões do pobre,
E na dança do lobo acuado reina
a última esperança da cruel batalha.
Na futura luta da noite Que ameaça
Vai surgindo os monstros no quintal da alma,
E ao apontar a primeira estrela num céu virgem,
Geme o açoite de cruéis pontadas.
Neste tempo louco em que reina a alma,
Uma vida é pouco para amansar um touro,
Que viveu comendo em tão verdes prados
Sem saber que a vida é buril de aço.