Flor carnívora da juventude
Quando no âmago de tua mente
A nuvem cinza cobrir teu horizonte
E desabar um temporal de amarguras
Devorando a saúde que resiste
E teu corpo, solitário e ausente
Resplandecer no espaço afora
Só há de restar o calor do sol e o vento que não vêm
Os sons externos ruidosos dos gotejos tortuosos
Ao passo que cada espaço leva em catarata ao abismo
E não haverá mais tempo pra escalada
Desse fim de mundo inundado
Sendo as lembranças enferrujadas correntes
Grelhadas no pior que se guarda
Ideias, âncoras travadas no deserto de sua alma
Toda uma vida perdida na flor carnívora da juventude
Essa vastidão de desalento te afogando
E os predadores à espreita
Que te canses de dar braçadas
E se debata ao afundar na imensidão do pesadelo
Que nunca há de acabar