Outra Estação
Havia um cachorro pintado
Numa lápide vazia
Era lindo e leproso
Mas ainda não jazia
Parecia uma cadáver
Mas com vida de sobra
Era o exemplo dos homens
Em uma guerra sangrenta
E aquele cachorro seguia-me,
dia e noite
Trazendo a lembrança dos dias
Dos dias que vivo hoje
Com ou sem melodia
Dias sem vento nem chuva,
só ressecamento
Esperando a mão estendida,
o chão menos molhado de flores mortas
Não quero ser utópica,
mas quero meu cachorro sadio