Vestígios
Um novo vento sopra
E no rosto ainda sobra
Vestígios de um sorriso.
Sentimento impreciso
E no céu um aviso
Do que está por vir.
Uma palavra pode destruir
Um aperto de mão conduzir
Para a conquista ou a tragédia.
O cotidiano é uma tragicomédia
Em três atos – tem uma média
De público razoável de bilhões.
Ainda há vestígio de poesia
Ainda há vestígio de solidão
Não será qualquer terceto ou soneto
Que me convencerá de que tudo mudará.
Rimas são boas, mas nem sempre tudo rima.
Vestígios de pegadas
Apague todas – deixe tudo limpo
Nada de colocar sujeira embaixo do tapete.
Passou...
Um vento passou por aqui
Anunciando as novas
Que serão dadas dia a dia
Seja na prosa ou poesia
Seja realidade dura ou fantasia
Desde que não haja mais vestígios
Do passado – amassado e ultrapassado.
01/01/08