O sabiá
Eu ainda não sabia que aquela ave canora,
que me olhava de todas as formas sem medo,
enquanto eu me aproximava, não ia embora,
alimentando o meu desejo de vê-la bem cedo.
Todos os dias,na hora marcada, aprazada,
deslocava-me procurando no meu caminho
encontrar a ave pernalta,de cor amarronzada,
ou mesmo descobrir onde estava o seu ninho.
E assim seguia dias após dias, sem resultado,
sem saber o nome da ave que teimava em parar,
às vezes saltitante, com seus vôos rasantes,
apenas voava para mudar de lugar e olhar.
O nome eu ainda não conseguira,
pois pouco entendia de aves canoras,
apenas ouvia o som do seu canto,
e sentia medo de vê-la ir embora.
Eu lhe fornecia alimento, o sustento,
a banana jogada era consumida de imediato,
o abacate ficava picado, com casca furada,
o seu vôo era curto e sem sobressalto.
Alguém me falara que o sabiá,
voava do jeito que eu descrevera,
até o seu canto parecia ser igual,
até a mansidão ao pousar na palmeira.
04/07/03