A inoperância de um homem
A inoperância de um homem
Diante de múltiplos senões
A cor ocre do dia
Promete chuvas devassas
Arde o vento
Cisma o homem
O ontem não se pode pegar
E o amanhã
Brilha tanto
Mas está oculto
Nas cataratas do Niágara
Foscas palavras
Se desprendem
Da mão do escrivão
É rude o instante
Em que o não
Alça o gesto
De repente não era bem assim
Bastava dizer
Que o poeta sucumbiu
Julgou que viu
O que não viu
E no fim de tudo
Ficou apenas essa flor de osso
Roída por formigas cegas