Envelhecido em hábito torpe
A deriva e sem norte estava
Por onde andava, mergulhava
Sempre assim foi, sempre assim será
O astro que já não brilha, põe se a queimar
Cansado de ensaiar a vida, observar
Experimento do mel ao agridoce
Como se jovem ainda fosse
Envelhecido em habito torpe
Existe quem quase diga assim
"Ainda há tempo, olhe pra mim"
A estes desejo só uma punição
O inferno consciente
Paradisíaca mente são
Expurga-se os demônios coniventes
Nomeia-se demônios e onde estão
Meu coração é um saco sem fundo
Minha boca é um buraco negro
Minha língua uma faca cega
Inteiro camuflado em gracejos