Solitude poética
O romper das horas
na imensidão poente
enrubesce em polvorosa
o firmamento
É o abaulamento
que na fissura do ínfimo boceja
Certamente esta fina luz
que ao chão rasteja
promove na mesma luz
o exaurimento
Nesta noite,
hão de contemplar
o clangor do universo
Quiçá meus versos
sejam pra ele diapasão
No derradeiro desaguar da escuridão
Nesta hora, o astro silencia
e fenece esta luz que
ao chão clareia
Ressoando nos ares a solitude
em profunda enlevação
Feito ave que no céu gorjeia
Planando as asas
ao anteceder o chão.