O SOL DO MEIO-DIA

Como um bom boêmio que sou

virei a noite de forma vadia

ahn , boêmia

Agora sofro com a luz do dia

minha pele queima

como se eu fosse um vampiro

me sinto angustiado e triste

foi mais uma noite de alegrias vazias

de falsos amores que sugam minha energia

preciso me auto exorcizar

escutei o sino da igreja Matriz tocar !

será um sinal , será um chamado ?

vou andando pela cidade

perambulando com dificuldade

vejo famílias na mendicância

vejo crianças pedindo moedas no semáforo

mesmo assim , elas sorriem

e , seus sorrisos são de esperança

sinto minha boca tão amarga

sinto uma fadiga tão forte

sinto-me um trampo sujo

perco parte da minha vida em orgias

enquanto crianças, na primeira luz do dia

lutam por um prato de comida

sinto uma rebordosa cheia de remorso

sinto-me indigno , e sem paz

quem sabe , talvez , esse sol do meio-dia

possa incinerar meus pecados da vida

e como uma Fênix, eu possa renascer das cinzas

NEREU AIRTO AMANCIO FILHO
Enviado por NEREU AIRTO AMANCIO FILHO em 29/01/2024
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