O SOL DO MEIO-DIA
Como um bom boêmio que sou
virei a noite de forma vadia
ahn , boêmia
Agora sofro com a luz do dia
minha pele queima
como se eu fosse um vampiro
me sinto angustiado e triste
foi mais uma noite de alegrias vazias
de falsos amores que sugam minha energia
preciso me auto exorcizar
escutei o sino da igreja Matriz tocar !
será um sinal , será um chamado ?
vou andando pela cidade
perambulando com dificuldade
vejo famílias na mendicância
vejo crianças pedindo moedas no semáforo
mesmo assim , elas sorriem
e , seus sorrisos são de esperança
sinto minha boca tão amarga
sinto uma fadiga tão forte
sinto-me um trampo sujo
perco parte da minha vida em orgias
enquanto crianças, na primeira luz do dia
lutam por um prato de comida
sinto uma rebordosa cheia de remorso
sinto-me indigno , e sem paz
quem sabe , talvez , esse sol do meio-dia
possa incinerar meus pecados da vida
e como uma Fênix, eu possa renascer das cinzas