poema de hoje 2
Quando a chuva pintando meus cactos
e eu recolhendo sonetos antigos de vozes antigas
incerto de qual palavra usar para arrebentar
a corda no pescoço e na língua
a saliva escorrega as sílabas como a chuva escorrega a parede
como o limo desgruda da telha
falando em deslize, repara bem
que quando as costas doem
tu troca e destroca e se inquieta na posição
na largura da cama
na metade da cadeira
se arrasta como pode e como cabe
como letra por letra na ponta dos meus dedos.