a coisa mais remota
O pulso pus não destrona o verão abrasador.
Absorve a gema do espetáculo, mas não sobe aos refletores.
Um pouco, um tanto, mais pelo aperto das paredes
e pelo barulho de estômago em em embrulho,
Imperturbável, adaptado ao curto espaço que
a carne mais solidária é capaz de lhe servir,
envolto na sombra que resvala abismo intemporal,
A infância, tenebrosa passagem pelo solo mais infecundo
Fenda descomunal que signo não narra e nem símbolo o expressa, vento
Congelado, deserto e as paredes conforme a fome
Que brota do coração, curta e breve, por um punhado
de pão, bebe a pedra menos mastigável, abro a porta
Com coragem e contemplo a carapaça que lembra uma
Outra face, não outra, que não seria entrave,
Robusta, como a fome, a dureza celestial ou
Lonjura que desemboca fora dos olhos, caminho sem
As fivelas que costuravam os desfiladeiros que correm
Entre as costas e o ventre das montanhas, o homem
Está no menino e o menino não conhece a música do
Homem, mas já caminha na noite escura, festeja
Quando a sombra lhe aflora em poesia, conhece o
Verde e o maduro, sobe e desce a ladeira mais
Alta, mas não vê que a porta está aberta nas
Entranhas das fechaduras, nuvens brancas se interpõem
Entre a serra que rodeia um mundo e o céu, ainda
Mais nessa tarde, onde a clareza se esconde no bago
Mais severo e sólido do labirinto, não há asas fabricadas
Pelo tormento e nem a queima da madeira mais nobre
Aquece o frio de um tempo desmembrado de sentido,
Lanço as moedas sobre a mesa e nem todas são coroa
Ou a cara da coisa mais remota que me contaria o símbolo
que tocaria sua face profanada pelo nevoeiro.