Pérfido tempo
Pérfido tempo
O ciclo, esse pérfido atroz
Apressadamente marcado pelas linhas expressivas,
Imperceptível na presença do caminho
Massacra o juízo bondoso.
Fastioso pelo movimento do tic tac
Acobertado pela mudez que entoa,
Vai aterrorizando o coração aflito
Pela correria dos encargos diário não atendido.
No horizonte o olhar se curva ao poente
À mente se ocupa no novo despertar,
Como se fosse o último da sua era
Buscando perseverar com ternura.
Agilmente as horas sucedem
Como correnteza do rio que peregrina
Desaguando no mar furioso
Fechando assim o ciclo da água.
Permanece constantemente o tic tac
Abandonando-o para trás quem não o acompanha,
Sem piedade o ciclo assume seu papel
Deixando saudade a quem se privou.