Cotidiano
É sempre a mesma coisa
O mundo tem pressa
As pessoas tem pressa
O sol nasce
O sol morre
O mundo gira
Ouço jazz
Uso jeans
Escrevo a noite,
Cartas pra você
As pessoas riem
Os loucos sonham
Os amantes se enamoram
Maciam são os frutos
Maciam são teus lábios
No nascente
Mais um dia de trabalho
Num poente a minha vontade de descansar.
O jornaleiro e suas notícias iguais
Na manhã
Não sou santo, mais nesses dias
Tudo é tão triste e pacato
Levanto , a noite a lua brilha
Adormeço e sonho com um mundo melhor
Acendo um cigarro
Me perco nas espirais
E me distraio feliz sem ser
O mar segue o seu caminho
De correntezas tristes e, rápidas
Mas quando ao lado
Do meu amor
Ainda que tudo seja igual
Nada é mais tão cinza
E tento fugir do cotidiano
É sempre a mesma coisa
Desculpe se o que digo é cruel
As pessoas dançam
Enquanto outras morrem
Se divertem em praça
Tomam sorvete
Não as culpo...
Mas é sempre assim
Não entendo
Nem preciso
Desprezo a dor
Mas ainda sou
Poeta quando bebo gim