Cotidiano

É sempre a mesma coisa

O mundo tem pressa

As pessoas tem pressa

O sol nasce

O sol morre

O mundo gira

Ouço jazz

Uso jeans

Escrevo a noite,

Cartas pra você

As pessoas riem

Os loucos sonham

Os amantes se enamoram

Maciam são os frutos

Maciam são teus lábios

No nascente

Mais um dia de trabalho

Num poente a minha vontade de descansar.

O jornaleiro e suas notícias iguais

Na manhã

Não sou santo, mais nesses dias

Tudo é tão triste e pacato

Levanto , a noite a lua brilha

Adormeço e sonho com um mundo melhor

Acendo um cigarro

Me perco nas espirais

E me distraio feliz sem ser

O mar segue o seu caminho

De correntezas tristes e, rápidas

Mas quando ao lado

Do meu amor

Ainda que tudo seja igual

Nada é mais tão cinza

E tento fugir do cotidiano

É sempre a mesma coisa

Desculpe se o que digo é cruel

As pessoas dançam

Enquanto outras morrem

Se divertem em praça

Tomam sorvete

Não as culpo...

Mas é sempre assim

Não entendo

Nem preciso

Desprezo a dor

Mas ainda sou

Poeta quando bebo gim

H H Barrozo
Enviado por H H Barrozo em 24/01/2024
Reeditado em 24/01/2024
Código do texto: T7983794
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