Há Dias- Prosa poética.
Há dias
Prosa poética.
Há dias em que você só queria que certas palavras, não fossem ditas, elas abrem feridas na alma, talvez porque a alma ferida não se cicatriza. As
feridas ficam adormecidas, e com frequência as palavras ferem...ferem...ferem...
As mais diversas perguntas veêm:
Sinceramente, existem tantas perguntas sem respostas. Tantas!
Durante sua existência, por muito você não se reconheça mais, talvez, por que tenha se perdido em um abismo sem fim. Mas que ninguém te empurrou, foi você mesma, com suas fraquezas que se permitiu cair.
Fraca, é o que és, fraca!
Se esconde, foge, fingi, atua, és atriz triste e fracassada no final do espetáculo.
Criou para si um personagem, falso, mentiroso, vivendo em sua própria mentira.
Tudo é falso, talvez até seu nome lhe soe falso, se nem você mesmo sabe quem és.
Uma falsidade sem verdade de si mesma, vistes roupas lindas, usas joias, maravilhosas, usas os melhores perfumes em um corpo fantasma.
És uma inverdade no corpo doente, aceitando migalhas, os farelos jogados ao léu.
Fraca, sem coragem, fraca medrosa, fraca...fraca...fraca...
Submissa que aceitou e aceita tudo! Tudo! Humilhação acumulada ao longo dos anos.
Alma ferida, corpo doente sem remédio.
Traição e silêncio, insultos, xingamentos, empurrões, xingamentos...silêncio, pergunta sem resposta. SOCORRO!
Usada sem reclamar...usada...usada. Afinal, tens comida, abrigo... o que queres tu mais?
Coragem para fugir? Não! Melhor aceitar o sacrifício.
Choros contidos, olhos marejados enxugados para fingir que tudo vai bem. Tudo vai bem! Comes bem, tens abrigo, guarida, não é?
Amor próprio, orgulho? Falta coragem para jogar tudo pro ar.
sabes que és joia falsa sem valor e sem coragem.
Pássaro doente, asa quebrada, acreditando na falsa verdade, verdade inexistente, existente em uma alma sem rumo, vivendo na escuridão.
Submissão agonizante, sem coragem para dizer basta!
É preciso coragem para percorrer outros caminhos
É preciso coragem para buscar a verdadeira felicidade.
É preciso coragem para abrir mão do ter para assumir
a essência do ser.
Ser livre, ser feliz.
Ser dona de si,
Ser você, sem máscaras, de cara limpa.
Sem amarras que te impeça de si encontrar consigo mesma.
É preciso coragem para encarar o espelho.
É preciso coragem!
Pássaro medroso não sai da gaiola.