ÁTIMOS DE TEMPO
Fardo silencioso nos ombros errantes
Dos vates que posso ser no devir.
A cada passo, a cada mínimo tempo,
Um infinito de possibilidades irrompe.
Objetivos vontades sonhos destino
Sorte decisões saudades e rumos...
Tudo posso a cada novo instante,
E na deriva do porvir me escolho.
Como a natureza não tem designer,
Só trajetórias sem criador e Senhor.
Uso a bengala branca do passado.
Para me guiar no coexistir do futuro.
Fardo ardoroso em coração vibrante.
Que busca êxtase por simples existir.
Não trouxe e não levarei matéria.
Mas deixarei memes na noosfera.
Morada sou de genes que se perpetuam.
E que cegamente aprimoram a viva vida.
Matéria corpo mente alma espírito...
Que em versos enativos me registro.