Do Destino - II
Do Destino - II
Estamos atrasados
mas ainda rolam os dados
jogados
por ti destino que não joga
que não se droga
que não revoga
o compromisso
e mesmo por isso
não perde o viço
não envelhece
não esquece
apenas e sempre tece
a mesma teia tecida
nessa por outra vida
e assim hoje re-convida
sim o convite antigo
que eu fiz para comigo
como a um amigo
outro amigo faria
e hoje sempre é dia
tempo de alegria
de alegrar essa tanta tristeza
que com certeza
esteve presa
prisioneira do medo
esse carcereiro do enredo
esse degredo
essa auto punição
de quem pune sem perdão
ao próprio coração
com a pena
que só condena
quem sem dó tem pena
de si mesmo
e vive a esmo
feito a sobra do torresmo
do que a vida frita
do que prepara aflita
para a fome bendita
para comer o faminto
e confesso não minto
essa fome que sinto
é fome de viver
fome de ser
fome de bem-querer
e de querer tudo enfim
que possa querer pra mim
o que quer o destino sim
esse tão querido
tão por mim esquecido
tão de mim perdido
por tanta perda minha
tanto carma que não tinha
antes de sair da linha
que traçamos ele e eu
mas esse medo morreu
não fujo mais do que é meu
e meu desejo e vontade
é de viver de verdade
a realidade
dessa verdade viva
essa eterna e ativa
tentativa
num tentar que condiz
com o que quero e nunca quis
nesse querer feliz
de querer ser e fazer outro ser ser feliz.
Torre Três (R P)
20_01_24