Rir das dores que são dores

E se eu escrevesse para me divertir,

Zombar desses erros só meus:

Ah lá a pessoa que caiu em golpes,

A criança que conheceu a rejeição.

Quero rir das ocasiões que não pude controlar

E as que podia controlar e fui pelo pior caminho.

Toma rivotril a palhaça,

Quero achar graça.

Um conhecido me mandou: hoje o dia foi tenso né? Cara de cansada.

Olha, não estou na melhor fase, mas também não é assim.

Alegria, quero rir das inseguranças,

Pois é medo você me tem inteirinha,

Me dá pelo menos um chamego no pescoço.

Ansiedade, você me acha tão sexy assim

Pra viver apertando meu peito,

Chamaria isso de assédio.

Para rir das desgraças ficaria muito tempo,

Mas que bom que durmo a noite inteira

E de manhã pareço um zumbi.

Tem um trem molengo dentro da minha cabeça.

Tudo seria mais fácil se eu pudesse tirar e dar uma lavadinha nele, tirar o pó, torcer e colocar de volta.

Vamos rir que não dá, nem isso e nem muita coisa.

Larissa Silv
Enviado por Larissa Silv em 19/01/2024
Código do texto: T7980102
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