Era uma família feliz. 

Vivia na mata, que era bonita

A harmonia ali parecia infinita.

 

A matriarca cuidava da procriação 

As lindas bromélias lhe serviam de berço 

Ofereciam agua fresquinha em todo seu cerco.

 

Alimentar-se não era problema 

Animais livres faziam parte do menu 

Picava todos, indo de um a um.

 

Tudo corria como a natureza criou

Até que , aparece o homem mal

Fazendo desaparecer animais.

 

A matriarca começou ir cada vez mais longe

Uma bromélia, incansavelmente ia buscar.

Com o tempo, já sabia, teria que se mudar. 

 

Sem opção, na cidade foi morar

Sangue novo havia de encontrar

De sangue humano iria se alimentar.

 

Sem suas bromélias

Um berço novo deveria também providenciar

Avistou uma garrafa aqui, outra ali, outra acolá! 

 

Pensou a matriarca:

Aqui mesmo meus filhotes irei  procriar

Estou feliz neste novo lar.

 

Começou dividir espaço com o tal  homem 

Que doou água, abrigo e sangue para alimentar

Hoje, este vive a reclamar.

 

Parece tarde demais

Tem que suportar os perrengues 

Conviver com a ignorância e sentir as dores da Dengue.

 

Mamãe aedes não pediu

Nem tam’pouco  queria se mudar

Foi o bicho homem que te obrigou a matar.