POESIA E PERDÃO...

Era uma vez uma cinderela que “roubava” cigarros...

Na verdade, ela não roubava, mas induzia um dos seus súditos a fazê-lo...

E assim ele fez durante muito tempo até que essa cinderela foi embora no perfume de uma rosa amarela...

Era outra vez e outra cinderela que “roubava” botas... Apenas queria parecer bonita para aqueles que jamais haviam visto ela usando algo tão imponente... Desfilou linda sua majestade emprestada... Mas foi seu súdito quem mais uma vez pagou o preço... Teve que mudar de condado e seguir em frente sua jornada de Sancho...

E outras, entre tantas vezes veio mais uma Cinderela que roubava anéis e dinheiro apenas para demonstrar uma superioridade, que nunca teve, para seus amigos... Até ser descoberta pelo “senhor dos anéis”. Bruto! Segundo ela até a teria agredido... E lá vai Sancho mais uma vez comprar a briga e enfrentar os Moinhos, sozinho...

Outro Senhor, dono dos cães da “verdade”, “maldade”, soltou seus fiéis contra as donzelas... Mais uma vez Sancho sai em defesa... Enfrenta as estradas, as chuvas, o tempo... E assim segue sua saga... Um pouco vitorioso, outro pouco desdenhado... Mas Sancho conhece os caminhos e é amigo da estrada... Segue sem se importar com os ventos, menos ainda com os moinhos...

A última das “Cinderelas” chega por encomenda... Sancho que desconhece o medo, mais uma vez enfrenta e dessa vez a derrota é brutal...

Caem todos os Moinhos, descem todos os ventos e raios, e nenhum deles erra o seu alvo...

Sancho apenas olha todos à sua volta e entende que em toda a sua travessia sempre teve uma companhia...

Todos os roubos, todos os ataques, todas as defesas, todas as lutas valeram à pena...

A última Cinderela roubou muito mais do que as anteriores, mas para tentar lhe agradar, mesmo não querendo, roubou-lhe algo que sempre lhe foi sagrado e com isso redimiu tudo o que acontecera até ali...

ELA ROUBOU-LHE A POESIA...

Mas essa é eterna, não se rouba, apenas planta...