O Cavaleiro de Copas
A roda da fortuna desabou
Fragmentada pelas falsas esperanças
O rei de ouros e a escarlate rainha
Ensandecidos esfaqueiam a esmo
As próprias sombras,
As próprias loucuras,
Seus pobres corações.
O tolo caminha, agora
Sendo o mais sábio de todos
Mas na sapiência existe a arrogância
Que o afoga
No suicídio já a longo tempo premeditado.
A morte e o diabo dançam,
Nuas na intrépida e etérea noite
dos mortos, de risos soltos, malévolos e sórdidos
Gargalhadas cadavéricas e alucinantes
Na lua dos uivantes
A noite é apenas uma criança, com uma faca na mão.
O abismo olhou pra mim
E Eu olhei para o abismo
e o que era a beira da loucura....desabou
em chamas negras tudo se tornou cinzas de luz
Nada mais restou além de olhares eternos
Na frente de um espelho
Que reflete seus piores pesadelos.
Subjugados foram os desejos
Toda dor foi temporariamente
Entorpecida pelos crisântemos
de meus olhos.
Torres se erguem
Revolvendo terra e dores
Desenterrando melodias estranhas
Cantigas cantadas em línguas mortas
Para os que nascem
Nesse belo mundo de lindos amores.
A trilha de tijolos de ouro
está imunda de merda e diamantes
Desejo a morte do amanhã e de todo o resto
Dizem as vozes de tua cabeça.
O cavaleiro de copas
Ao oceano de espelhos e verdades se lança
Turbulentas ondas de sangue e memórias
que devastam a alma
E o coração uma vez mais sangra,
Nada mais que cinzas de luz
Que simplesmente se apagam
..........Ao seu acordar.