Naufraguei em sonhos
As intempéries da vida
Sem água para boiar
Sem me sustentar
Fiquei ancorada
Agarrada
Ao tronco envelhecido
Do passado
Enraizado caule
Me fiz
Era a única saída
Para um coração
Ferido.
Naufrágio de sonhos
Um mar sem água
Imensidão de terra
Firme
A seiva escorreu em
Lágrimas
Passagem de ida
Floresta densa e úmida
Minha caminhada
No escuro.
Uma vez socorrida
Tornei-me árvore
Ressequida.
Uma árvore naufragada
Na vida.
Sentida tamanha dor
Explosiva.