Indiscriminadamente

Passou os olhos sobre mim

Olhou sem ponto fixo

Eu já com medo do fim

Petrifiquei prolixo

Era só um olhar a ermo

Indiscriminada centelha

Eu, doce enfermo

Sonhei ser abelha

Por um instante

Perdido no divagar

Livro na estante

Sonhei polinizar

Ela nem notou

Minhas estrelas sujas de infinito

Porque só o poeta anotou

O que ninguém viu escrito

Tudo tão assim

Indiscriminadamente.