PARALELEPÍPEDO
Pra ela em paralelepípedo eu escrevi
o poema mais bonito que já pude sentir.
Ela preferiu o grito dos automóveis esmagando o asfalto.
Meu verso não lhe convenceu
ela prefere o sobressalto.
O alto salto da noite
nas piscinas sem orvalho.
O corte,o sufoco,o retalho.
Ela prefere os nervos em frangalhos.
O corte,a dor, o açoite.
O coração no desamparo.
Meu verso não lhe convenceu
ela prefere o pensamento solitário.