Co(m)texto
A vírgula tinha admiração pelo ponto final das frases.
Não sabia encerrar discursos, enfeitava demais os parágrafos.
A vírgula perambulava pela pauta sempre ao encontro do ponto
Que quando aparecia, distante, não permitia o acesso.
O ponto não desejava ser vírgula. Não era bem assim. Mas, as vezes, tinha vontade de render argumentos, fluir pela página
Despreocupado com desfechos
E o travessão estava exausto dos dois. Queria somente ser título. Achava a vírgula prolixa demais, o ponto seco demais. Sentindo-se obrigado a lidar com eles.
Ser título: ser dito. Era apenas sentar e esperar o que estava por vir. Observar de lá de cima da pauta tudo se encaixando para fazer sentido. Descansar, enfim.