RUGAS SIMÉTRICAS DA MINHA MÃO
As rugas simétricas da minha mão
Têm o mesmo desenho do tempo
Riscado na pele da minha cara
Perdi a conta dos eus avistados no espelho
Nem sei se subo ou desço degraus
Apenas sei que minhas juntas e tendões
São dobradiças denunciando movimentos
No céu da boca fica o gosto insistente de passado, que não cessa, ainda que deguste refeições do hoje.
Passo do meio-dia
Meu sol segue o caminho do horizonte.
Antes de se pôr, quer deixar pinceladas impressionistas no céu.