RUGAS SIMÉTRICAS DA MINHA MÃO

As rugas simétricas da minha mão

Têm o mesmo desenho do tempo

Riscado na pele da minha cara

Perdi a conta dos eus avistados no espelho

Nem sei se subo ou desço degraus

Apenas sei que minhas juntas e tendões

São dobradiças denunciando movimentos

No céu da boca fica o gosto insistente de passado, que não cessa, ainda que deguste refeições do hoje.

Passo do meio-dia

Meu sol segue o caminho do horizonte.

Antes de se pôr, quer deixar pinceladas impressionistas no céu.

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 12/01/2024
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