adentre
Adentre e submerja nas águas
Nas entranhas onde as palavras serpentaram
Com seu ritmo alucinógeno, onde o fundo
É um núcleo aceso à busca de um ditado
Que o torne lírico, invada as artérias menos
Elevadas e sorva do sangue que já foi entregue
Ao sangue que do rio de espuma escura, arraste
Por entre as entradas de lama, pois a lama é o bem
Mais vistoso, vertiginoso e que sob o assoalho
Tinge o seu destino sendo alinhavado, e quando
Estiver perdido, quando toda rua mostrar o mesmo
Relógio de bolso e as fogueiras em latas de lixo alumiar
Apenas os rostos dos sobreviventes, desnude-se,
Pois é no suor que o espelho se acha mais presente, soletre
Os signos que lhes sussurraram seus nomes e apertou a sua
Gravata nos ombros da noite esfumaçada, és um homem
E sabes que debaixo de toda pedra há um universo
E entalhar o silêncio para os mais intrépidos, recordará da
Canção perdida, da moça, cuja boca lhe ensinou a flutuar
Nas asas estilhaçadas da borboleta de asfalto, e tudo ao
Teu redor será feito de linho branco recolhido por jovens
Imberbes que ainda não conheceram a imensidão da terra,
E o teu nome será gravado na soleira da porta, onde todos
Que por ali passarem saberão que tu andaste e mergulhaste no
Lago onde emergirão os mortos que fundaram esse novo mundo.