NO 'JACÁ'
Habitando em casebre nobre e fino,
Aonde feliz desde de menino,
Fui crescendo em nobre pano,
Cercado do profano, mas vivendo o divino;
Aprendi pelo badalo do sino,
A hora certa de ser bom menino,
Sem constrangimento nem dano.
Sob o cobertor eu durmo e sonho,
Sem sequer um minuto tristonho,
Desperto com força no punho,
Pra viver um dia de cada vez;
Sem me tornar um freguês,
Dos dias que não são meus.
Assim vou indo…, como e bebo,
Sem jamais ser soberbo,
Colho aquilo que eu planto,
Para não sofrer o espanto,
De pensar que sou santo,
E morrer pecador.
A mídia nunca saberá,
O que guardo no meu “jacá”,
Ou a quê me proponho, do lado de lá…
Eis o segredo da minha felicidade!
Ênio Azevedo
11/01/2024
Zé Doca - MA.