entre o lodo e a pedra

Entre o lodo e a pedra, a incerteza

Intrépida, a mão que fenecesse aberta ao alvorecer,

A parede de luzes não ofusca apenas os olhos noturnos,

Mas todo esforço para que a rua tenha sua parte na farsa.

Despertamos cedo, o dia estendido sobre o prado não sussurra sobre a

Indolência que a aridez impõe, não emerge a clareira mais

Permanente, pois sob o fulgor, a sombra é a matéria

Mais bruta, é nela que, ao longo das horas, nossos pés se afundam.

É nela que os signos ardem e o arranjo rege para o sentido;

Os pássaros voam, o azul intenso do

Céu é profundo onde a beleza celeste se destaca, no solo, meninas

E meninos não saberão a hora em que outro passo será necessário.

Simplesmente, a terra se exaure, as palavras já não dizem

E o cansaço usurpa o prazer e o faz escravo, e a memória vasculha

O caldo escuro dos anos, e houve as quedas, e houve os tombos,

E houve o espanto, os cadafalsos e as tremores dos planos.

Então, com os olhos para além da água barrenta, vimos o estalo de um mito se

Transformando em brasas, fogo, alquimia para novas travessias para a mesma

Montanha imaginada como morada.

E tu dançaste sobre a relva incadencente, e a lava de ouro tornou seus passos e percorreu extrema

A languidez de seus movimentos, a terra beijou o mar e um carnaval

Sublime se abriu de dentro das coisas, pois tudo era feito do mesmo

Alfabeto, tudo era signo derramando seu gozo nas folhas do coração.

E a criança chorou, as mãos estendidas já apontavam que o céu era não

Um lugar, mas o desejo de amor que queima nas artérias da vida.