Bela.
Bela
era o que afirmava o diário.
Eu não pensava muito disso
mas sentia toda hora.
Ela tinha algo
um mistério muito triste…
O rosto avermelhado
misturado com a pele pálida.
Era uma tristeza
misturado com uma raiva,
Não falava muito
mas gostava de me olhar.
Eu também não falava muito
mas gostava de olhar pra ela.
Bela
era o que afirmava os meus olhos.
Seguia, de fato, os conceitos:
tinha cabelos negros
cacheados
pele branca
macia
lábios com gosto de cereja
olhos pretos como a noite
voz rouca e saborosa
tristeza blues, filha da desgraça.
Bela
era o que o meu corpo gritava.
Ela não falava muito
mas gostava de tirar as roupas.
Eu apenas deixava o show rolar
enquanto ainda podia conservar um pouco de amor…
e depois de tudo
a lua aparece
de uma forma muito fodida
muito fodida, porém
muito bela.
Ela acende o cigarro
olha para a noite vazia
suspira com certa suavidade…
e percebo que as vezes
o Belo e o Triste
é quase a mesma coisa