O ESTRANHO

 

 

Valdir Rangel

 

 

 

Metade de mim aparece

A outra metade se consome

Sou igual a todos

Tenho sobre nome e nome

 

Sou carnívoro vegetariano

Fixo e nômade

As vezes me sinto saciado

Outras muitas vezes, com fome

O tempo me leva

Me cansa e me consome...

 

Metade de mim existe

A outra metade é oculta

Uma metade bebe suco

A outra cicuta

Uma metade fala e protesta

A outra só escuta

 

Vivo as claras e as ocultas

O que eu descubro de mim

Muito me assusta

Sou matéria intelectual e astuta

 

Faço bondades e maldades

Me alimento das disputas

Tudo é competição e luta

Meus atos são inesperados

Diante das coisas da vida

que se dificultam