Tempo vivido
Por assim, de passos sem parada
Sempre eclodirá outra alvorada
O tempo contado no relógio
Os ponteiros ponteando a trama
E a vida medida em gramas
Nada mais é certo
que a certeza do tempo que passa
E passa a galope!
Não quero a passividade da espera
Para o verbo deixar, não há depois
Quero sim a emergência da hora
Quero chafurdar no tempo vivido
Encher a boca com nacos de vida
E mastigar com os dentes da alma
Nada de diminutivos
Da vida quero tudo!
Até a última filigrana
E, do amor, o gozo mais profundo
Não me venha com subterfúgios
para enganar o tempo
O tempo real é o tempo vivido
E por assim dizer
Lambuzemo-nos de minutos
Antes que o tempo passe.
Gladyston Costa