A CRIATURA
No templo ermo dos corações vazios
Hoje, a solidão preenche os espaços
No peito infame dos homens devassos
Onde dormem, os toscos desejos vadios
Agora, Sem demora, a vã criatura cria
Uma nova aberração torpe e atemporal
Um ser híbrido sem luz, frio e amoral
Transbordando duvidas, em sua glória fria
Enquanto sonhos são mutilados em praça pública
Anseios caem no abismo da desesperança
Desesperados se veem numa tétrica dança
Rumo a inevitável trilha da súplica
O medo e a angústia, andam de mãos dadas
O equivoco inconsequente e cego está no poder
Almas em farrapos tentam em vão compreender
Encharcadas de culpas tropeçam nas próprias asas.