Outubro é só mais uma data

Uma ficção, um símbolo, uma mentira de papel

Uma pretensão

Uma necessidade humana

Mais uma sequência de momentos que será vivida e esquecida

Como olhar para o céu

Se a memória guarda um pouco da vida

Tão grande e inútil

Porque tudo vai para o mesmo esquecimento

Toda essa diversidade

De cores, de dores

Dinâmicas e estáticas

Estatísticas

Os jornais de hoje serão as fontes históricas de amanhã

Tão grande e inútil

Como o tempo

Mais um outubro para deixar de ser

Mais um novembro

Dezembro...

Eu terminei essa poesia em janeiro

Tão pequena

Tão preciosa e inútil