AMOR PLATÔNICO

AMOR PLATÔNICO

Prof. Marinaldo Lima

Escola de Referência em Ensino Fundamental Monsenhor Arruda Câmara (EMAC) - Olinda/PE

Poema selecionado no Concurso para Coletânea de Poetas Brasileiros Contemporâneos da Editora Persona em 2021.

(Pode ser copiado e colado)

O amor platônico é difícil de se achar;

É a forma de amar mais custosa de entender.

Quem ama com este amor sente-o no coração

Mas para quem não ama, é difícil compreender.

O amor platônico não desfila na avenida;

Não é protagonista, não faz uma exibição.

É diminuído diante do amor romântico

E tem que se esconder nos becos do coração.

O amor platônico fica em segundo plano;

É um amor que nasce para ser sacrificado.

Nada tem a oferecer, apenas a si mesmo,

Não terá vida futura, vive sempre no passado.

Quem sente este amor deve ser resignado;

Sabe que a pessoa amada terá um outro amor,

Vivendo em outros braços a sua grande paixão

E deixará quem lhe ama no sofrimento e na dor.

Quem sente o amor platônico deve se preparar

Para perder para sempre a sua pessoa amada.

Ficará sempre amando com este amor tão lindo,

Mas seguirá solitário por toda a sua jornada.

Não há esperança para quem tem este amor,

Apenas ver a pessoa amada em sua contemplação

E continuar sentindo por ela carinho extremo,

Contemplando-a com a sua mais sincera devoção.

Mas o amor platônico só tem mesmo sentido

Na aflição da perda e no total padecimento

É nestas circunstâncias que ele se agiganta

Para viver solitário entre o choro e o lamento.

O amor platônico é o amor dos poetas

E desperta neles a mais bela inspiração.

Os versos vão saindo, brotando intensamente,

Formando poemas que enobrecem a aflição.

O amor platônico não pode se apresentar

Ele é inoportuno e nunca terá esta sorte.

E neste vale de lágrimas, que é o seu habitat,

Só terá consolo quando encontrar a morte.