antes da esquina
A escuridão se ilumina ao sol de tua boca,
(de língua e dente) boca amorosa, que
desengano, ainda é cobre quente na memória,
o tempo não significa nada,
o tempo nada declara e nem cura a pedrada
que sangue rubro,
que sangue dobrado sobre o pensamento
atinge e tinge.
Não era um tigre, nem mesmo o carneiro veloz,
era uma esquina a ser dobrada
ou a rua que girava contígua à infância estirada.
Amei e fui amado,
dei e foi-me dado o fogo que pode dar
um coração ainda pálido pela falta de amor.
Erguemos juntos a mesma parede
que mais tarde jogamos para o outro,
em silêncio cavucamos e confraternizamos
diante de nossa partida,
fomos e nossos corpos toleram a ausência
sequer premeditada,
quando percebemos, a árvore não era
verde e nem seus frutos alimentavam.