diante do tempo
silenciosamente me ponho diante
do tempo, dele sou seu parto diário,
deliro, o grito é surdo, na carne e as
vísceras desfacela as palavras, as propisições
que nos disseram a direção do rio, sento
nas pedras, os peixes, a areia que a água
inivisível a deixa falar, da areia sedimentada
que decantada nos impressionada pela desistência
diante de tanta correnteza, sentado á beira desse
rio, que outrora foi que banhou minha infãncia,
vejo-o correr, e o tempo se me diz pelo rio enquanto
eu choro cada acorde de uma musica que esteve
sempre se alterando sendo a mesma, vejo minha
mãe no pensamento, seus olhos que engoliram
a própria vida e sua boca que cuspia no nojo
que lhe corria pela memóira, então me desapego,
o intolerável precisa partir, a noite é presente nessa
tarde impiedosa e tenho seu nome saindo dos meus
dedos na areia dessa praia doce