A BANALIDADE DOS DIAS

Hoje é domingo.

Amanhã é segunda feira.

Mas todos os dias são iguais

na prisão das rotinas,

na domesticação dos gestos

e da imaginação.

Somos todos cópias de um modelo ausente.

animais performáticos

construindo o grande espetáculo

de nossas vidas de plástico e algoritmos.

Não importa se é feriado, domingo,

dia de trabalho ou de quarentena e pandemia.

Todo dia é qualquer dia

em uma sociedade doentia

onde monetarizamos e banalizamos a vida, a morte, a sorte e a ruina .