O último e o primeiro
O último, hoje
E amanhã o primeiro
De uma nova sucessão de dias
Em que o calendário mágico faz o mesmo truque
Em que a ilusão corta o tempo em espaços
E se foi mais uma volta inteira em torno do sol
Das tantas que já deu
E das tantas que ainda fará
E as esperanças se renovam
Como sempre fazem
Mesmo que os caminhos sejam diferentes
A direção nunca muda
Em frente e até o final
Porque hoje foi o último dia 31
Mais um de tantos outros
Desde que começaram a ser contados
Tal como contar grãos de areia na praia
E se amanhã será mais um primeiro
As rotinas mudam pouco
Mesmo se no lugar da calma existe o fogo
Se é tudo de alma
Porque os ponteiros dos relógios continuam girando
Assim como os nossos passos continuam apressados
Porque os últimos que damos sempre são os primeiros dos próximos
Até o quando deixar de ser nosso
E presente e futuro ficarem no passado
E enquanto existimos, resistimos
Com ousadia
Ou teimosia
Para mais um ano novo e próspero
de vida